Capítulo I
- Duas Faces!
- Isso mesmo, está resolvido este será o nome do meu livro,
- Isso mesmo, está resolvido este será o nome do meu livro,
disse Augusto para seu amigo Rodolfo.
Antes de comentar Rodolfo pensou por um instante, bom acho melhor não dizer nada, mas mudou logo de idéia e comentou,
Antes de comentar Rodolfo pensou por um instante, bom acho melhor não dizer nada, mas mudou logo de idéia e comentou,
- para nome de livro é um título bem
manjado você não acha?
- como assim manjado? Você não gostou?
- como assim manjado? Você não gostou?
Antes de receber a resposta Augusto
complementa,
- é que você não entende, na verdade
não sabe como foi minha vida até aqui.
- Tá bom então me fale um pouco sobre o seu livro, o que pretende passar para seus leitores?
- Tá bom então me fale um pouco sobre o seu livro, o que pretende passar para seus leitores?
Perguntou Rodolfo, curioso.
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Conto
Ébrio
Minha vida foi sempre muito conturbada, aos 13 anos comecei a ter interesse por bebidas alcólicas, não sabia ao certo porque, mas hoje tenho certeza que por muitos anos da minha vida fui uma pessoa fraca, insegura e infeliz. Filho do meio de uma família de três irmãos, meus pais trabalhavam muito e não tinham muito tempo para os filhos, não comemoravam as datas importantes, achavam que a vida era pautada pelo trabalho e pela honestidade, aliás por muitos anos esses foram para mim o conceito de educação mais forte que pais podem dar para filhos: ser trabalhador e honesto. Tudo na vida se resumia a essas duas virtudes. Portanto se eu fosse um jovem trabalhador e se não passasse a perna em ninguém tudo seria mais fácil, seria um grande homem. Imaginava um mundo onde todos me admirariam, me bajulariam, e estariam sempre comigo.
Minha vida foi sempre muito conturbada, aos 13 anos comecei a ter interesse por bebidas alcólicas, não sabia ao certo porque, mas hoje tenho certeza que por muitos anos da minha vida fui uma pessoa fraca, insegura e infeliz. Filho do meio de uma família de três irmãos, meus pais trabalhavam muito e não tinham muito tempo para os filhos, não comemoravam as datas importantes, achavam que a vida era pautada pelo trabalho e pela honestidade, aliás por muitos anos esses foram para mim o conceito de educação mais forte que pais podem dar para filhos: ser trabalhador e honesto. Tudo na vida se resumia a essas duas virtudes. Portanto se eu fosse um jovem trabalhador e se não passasse a perna em ninguém tudo seria mais fácil, seria um grande homem. Imaginava um mundo onde todos me admirariam, me bajulariam, e estariam sempre comigo.
Uma convicção de vida, sabia que podia tudo desde que fosse honesto e
trabalhador.
Passei a trabalhar, e gastar todo meu dinheiro nos bares com muitos amigos, pelas quais não trabalhavam e não tinham dinheiro, então sempre me procuravam para sair na noite.
Passei a trabalhar, e gastar todo meu dinheiro nos bares com muitos amigos, pelas quais não trabalhavam e não tinham dinheiro, então sempre me procuravam para sair na noite.
Durante uma festa na rua do morro próximo a
minha casa, onde conhecia apenas meu primo Antenor, alguns rapazes e meninas,
uma delas era uma vizinha da minha avó, eu nem a conhecia direito, sabia quem
ela era mais nunca tinha trocado uma palavra com aquela garota, bonitinha, uma
beleza comum. Não sei o que aconteceu exatamente, mas me lembro que estava em
frente a geladeira baixa em uma cozinha verde e com pouca iluminação, na minha
mão esquerda tinha uma garrafa de martini bianco, e em poucos segundos inclinei
a cabeça toda para trás e coloquei o gargalo da garrafa na boca, comecei a
chacoalhar a garrafa, para que o líquido doce com gosto de vômito no final,
descesse pela minha garganta, me lembro que depois de algum tempo a garrafa
antes cheia e pesada estava vazia e virada ao meu lado, no piso de chão batido
com vermelhão daquela mesma cozinha sombria.
Acordei na cama de um primo só de cueca e com a
cabeça estourando de dor,
- O que houve?
Resmunguei meio entorpecido. Meu primo Antenor que
estava em pé encostado no caixonete, olhou para mim e disse:
- cara todo mundo viu seu pinto, você
tomou banho na frente de pelo menos vinte pessoas. Sem som, imagem e cor é
claro, te jogaram com roupa e tudo em baixo do chuveiro, logo tiraram suas
roupas e te deram essa cueca, se não fosse euzinho aqui que te trouxe para
casa, estaria até agora lá no morro.
Naquela altura minha cabeça doia dentro da
consciência, angústia na alma, sabe como?
- E a Valdenise? Perguntou meu
primo.
- Quem é Valdenise? Do que você está falando? Questionei.
- Não me diga que não conhece a Valdenise? Se não a conhece por que ficou dizendo para ela que a amava incessantemente? Perguntou Antenor agora com um sorriso irônico estendido de orelha a orelha.
- Quem é Valdenise? Do que você está falando? Questionei.
- Não me diga que não conhece a Valdenise? Se não a conhece por que ficou dizendo para ela que a amava incessantemente? Perguntou Antenor agora com um sorriso irônico estendido de orelha a orelha.
Senti ali meu rosto queimar de vergonha, minha
pele estava com placas vermelhas no queixo e no pescoço.
Cheguei em casa e minha mãe parecia
já saber de tudo, fui até a sala e vi meu pai de cabeça baixa e com as duas
mãos sobre ela, parecia estar chorando, levantou a cabeça e com um semblante de
desilusão, ficou em silêncio, afinal eu era apenas um menino. Aquela, sem
dúvida, foi a primeira de muitas decepções que meu velho teve comigo.
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