O Dia 28 de novembro de 2010, uma data que deve entrar para os livros de História do Brasil nos próximos anos. Cada um de nós cariocas que testemunharam a guerra contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro hoje, sente alívio e esperança. Imagino que as famílias que perderam seus filhos para o tráfico, de alguma maneira estão sentindo fortes emoções de que Deus realmente existe.
Fundamentalmente a estratégia utilizada pelas forças policiais e armadas, com uma integração perfeita, pela primeira vez em décadas trouxe efetivos resultados à batalha contra o tráfico no Rio. Bem no bairro onde o craque Adriano ex-jogador do Flamengo foi criado, a Vila Cruzeiro, núcleo do complexo Complexo do Alemão.
O Governo do Estado merece nosso reconhecimento pela organizada política de segurança, com a criação das Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs, passara a aprender drogas e armas, dificultando muito o negócio dos traficantes, e mais importante, conquistando territórios nunca antes ocupados pelas autoridades.
" Pouco antes da Lei Áurea (1888), alguns morros nos arredores das zonas Sul e Norte do Rio serviram de esconderijo para negros fugidos das fazendas que ainda utilizavam trabalho escravo na então capital do Império. Havia quilombos no Leblon, Penha, Vila Isabel e Engenho Novo, assim como nas matas do Corcovado, Santa Teresa e Laranjeiras. No Rio Comprido, um deles permaneceu desconhecido durante muitos anos e seus habitantes quase anônimos. Por isso, acabou ficando conhecido como Quilombo Escondidinho.
Por volta de 1950, a história do antigo quilombo começou a circular entre os moradores de uma nova favela que começava a surgir no mesmo local onde anos antes os escravos haviam se fixado. A lenda do quilombo que ficava "escondido" do resto da cidade acabou pegando e servindo como origem do nome da futura favela. Daí Morro do Escondidinho. "
Fonte: site da Favela Tem Memória - http://www.favelatemmemoria.com.br/
Na década de 70 o tráfico de drogas chegou com força as favelas do Rio, e se tornou ponto estratégico no itinerário dos traficantes para as drogas que vinham da Colombia, Bolívia e Paraguai com destino à Europa. Desde então o inferno foi estabelecido no topo dos morros cariocas, com o esquecimento do Governo e das autoridades a população das favelas se submeteram as vontades macrabas dos criminosos.
O espetáculo criado em torno da conquista do território no Morro do Alemão, através da colocação das bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro no topo da ainda em construção estação teleférica no morro, é sem a menor dúvida uma demonstração para o mundo inteiro do total descaso das autoridades para com a população das favelas, representa também um fracasso do Governo do Estado que por 40 anos não foi capaz de administrar um crescimento estruturado da cidade, pelo contrário, famílias inteiras chegavam de toda parte do Brasil e se amontoavam nas favelas sem o menor controle e sem a menor preocupação do Governo.
Entendo que as bandeiras tremulando hoje à tarde no topo do morro é prova concreta de fracassados governos, a começar pelos militares que nunca deram a mínima para a classe pobre deste país.
Apesar da bem planejada política de segurança do Estado, espero que o Governo Carioca tenha ciência que as UPPs não são a solução definitiva, que a solução está muito além da força e da conquista de territórios, que está diretamente ligado a educação e a um trabalho de médio a longo prazo em inclusão dos jovens de todas essas favelas. Tenho certeza que o dia de hoje é um marco ao combate ao crime, principalmente se a população cobrar do Governo o que realmente trará a paz ao nosso Rio de Janeiro: Educação.
