quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que paciência, ignorância e tragédia tem em comum?

O país está em luto pela tragédia acometida pelo forte temporal que atingiu o Estado do Rio de Janeiro dia 11, o número de vítimas já chega a 744 em seis cidades. Ainda há pelo menos 17 localidades em que só é possível chegar de helicóptero ou carro 4x4.
Pelos últimos levantamentos dos municípios, são 355 mortos em Nova Friburgo, 298 em Teresópolis, 62 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, 6 em São José do Vale do Rio Preto e 1 em Bom Jardim.
Várias cidades de vários Estados da região sudeste, decretaram estado de emergência, só nas Minas Gerais são 82 cidades.

Dados extraídos do site http://www.globo.com/ do dia 19/01.
Não é novidade para nenhuma criança a partir dos 8 anos que o Natal cai no dia 25 de dezembro todo ano, o verão geralmente tem início nos dias 21 ou 22 de dezembro e termino no dia 20 de março todos os anos,  janeiro é mês de fortes chuvas desde que me conheço como ser pensante, qual a dificuldade em trabalhar em uma política de prevenção de fortes chuvas e tempestades antes e durante os meses de dezembro e janeiro?
Nos últimos anos os deslizamentos, alagamentos, raios, quedas de árvores juntos, mataram mais que o mosquito da Dengue, e no entanto os investimentos em campanhas de prevenção a dengue são levadas bem mais à sério.
O que mais falta acontecer para que nossos políticos, líderes dos meios de comunicação, médicos e autoridades de saúde, tratem do problema das chuvas de verão com mais seriedade e respeito pela população.
Entendo que há insistência e resistência da população carente em continuar construíndo e vivendo nas áreas de riscos, e que não existe uma solução rápida para deslocar as pessoas ribeirinhas e que vivem nas encostas ou nos pés dos morros e barrancos, mas espera aí, porque não investimos em um sistema de alarme preventivo com base nas previsões meteorológicas.

Nos Estados Unidos a evacuação das áreas que estão nas rotas dos furacões e tufões, são sempre sinalizadas com antecedência. Meu amigo Adolfo que morou na Flórida por muitos anos, informou-me que durante os furacões por lá ele e seus amigos faziam as chamadas hurricane parties, as festas do furacão, pois os alarmes preventivos chegavam com antecedência suficiente para organizarem e comprarem comes e bebes para as festas que aconteciam sempre em um porão da casa de um de seus amigos.
Francamente, não quero postar nenhuma foto da tragédia que assola o país a pouco mais de uma semana, por respeito à indiginação de todo o povo brasileiro, que apesar de toda a solidariedade demonstrada nos donativos e trabalhos voluntários,  já não aguentam mais tanto descaso e falta de vergonha na cara dos nosso governantes, que continuam sem saber o que fazer para pelo menos minimizar o impacto causado pelas chuvas todos os anos.
        Não é só o uso de acentuação gráfica que as palavras paciência, ignorância e tragédia tem em comum...
gostaria de fechar esta postagem com a seguinte frase:

Nós, povo brasileiro somos conhecidos como passivos e pacientes, mas paciência neste caso não é sinal de sabedoria, pelo contrário é prova concreta de inércia por ignorância.

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