quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Meu amigo oculto



Meu amigo oculto

"O meu amigo oculto é," digo com um certo nervosismo afinal falar em público não está
entre minhas habilidades.

"É o Davi," grita alguém no meio da festa.

"Não, não é o Davi, ele é muito mais importante que o Davi."
Respondi rapidamente. O Davi foi mencionado porque no Natal do ano passado ele foi
meu amigo oculto, e naquela ocasião para confundir a todos que tentaram adivinhar o
meu amigo, disse que o amava, mas minhas palavras saíram como um trunfo para os
palhaços que não perdem oportunidade de caçoar dos outros.

"O meu amigo oculto é como a fonte do ribeirão que banha e refresca os meu dias toda
manhã." Ao terminar a frase os gritos no meu entorno sumiram, dando lugar a um
abafado silêncio, como se meus ouvidos tivessem cobertos com fones.

"O meu amigo oculto é como aquele passarinho que voa sobre as árvores rasteiras e
espalham as sementes por todo canto e caminhos que sigo todos os dias."
Não consegui conter as lágrimas, respirei fundo, prossegui...

"O meu amigo oculto é como o sol do alvorecer, traz a renovação de uma
nova página da vida, mas com a esperança de um lindo dia."

"O meu amigo oculto é meu filho Antônio!"


Essas seriam minhas palavras para meu amigo oculto, meu filho mais novo
Antônio Duarte de Oliveira, se conseguisse conter a emoção que sentia naquela noite de Natal.


Rio de Janeiro, 25 de dezembro de 2012.
Popi.



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